Aprenda a renegociar as dívidas feitas com cartão de crédito

O cartão de crédito tem se tornado cada vez mais desejado entre os brasileiros, isso por causa da praticidade na hora de realizar pagamentos, além de evitar o uso de dinheiro e oferecer automaticamente um prazo para pagamento. Entretanto, quando não é usado corretamente, as dívidas acabam se acumulando e tudo se torna uma bola de neve. Por isso é importante saber renegociar as dívidas feitas com cartão de crédito. 

Compreenda suas finanças 

Comece entendendo sua atual situação financeira de forma clara. Para isso, você deve fazer uma lista com todas as suas despesas mensais e depois comparar com o que ganha. 

O correto é que você esteja ganhando mais do que gasta, mas se não for o caso, será necessário algumas medidas. Você começará pensando quais despesas podem ser cortadas, com objetivo de sobrar dinheiro para pagar as dívidas do cartão. 

Evite o uso do cartão 

Ter um limite muito alto no cartão de crédito pode ser uma verdadeira armadilha. Quando o limite é alto, mesmo que a dívida esteja elevada, a pessoa tende a continuar comprando com o cartão. Assim fica cada vez mais difícil conseguir pagar tudo o que deve. 

Portanto, no momento em que perceber que há necessidade de uma negociação, pare de usar o cartão imediatamente. 

Renegociar as dívidas pessoalmente é a melhor opção

Normalmente, os bancos e as administradoras de cartão de crédito disponibilizam atendimento por telefone para seus clientes, porém eles não servem para renegociar dívidas. 

Essa é uma opção que deve ser desconsiderada pois o atendimento telefônico é algo impessoal, o que pode ser um impedimento para as argumentações serem apresentadas com maior clareza por ambas as partes. Também é possível que o atendente lhe convença a pagar o valor mínimo da fatura e isso deixará o problema ainda maior. 

É por isso que o melhor a fazer é ir pessoalmente ao banco ou até a administradora e então falar sobre a situação. Fale sobre sua dificuldade e, de acordo com suas possibilidades, apresente sua proposta. 

Por ser uma negociação, o melhor é propor um valor que esteja abaixo do que você realmente pode pagar, assim você terá uma margem para que o valor fique de acordo com seu limite. 

Exija que seja apresentado a você o CET 

O Custo Efetivo Total (CET) é a soma dos juros, taxas, encargos e também dos impostos que são acrescidos à sua dívida. É por isso que é importante conhecê-lo, dessa forma saberá a real dimensão do seu débito. 

Sem saber isso, pode haver uma ilusão de que a oferta do banco é aceitável, mas na verdade ela pode não estar dentro das suas possibilidades. 

Só aceite o que realmente estiver satisfatório para suas finanças 

Para fechar um acordo, você precisa ter certeza de que ele cabe em seu orçamento. Se esse não for o caso, você não deve aceitar, pois corre o risco de o problema ficar ainda maior. 

Negocie até que esteja de acordo com o que pode pagar 

Não é só você que deseja se livrar da dívida, a administradora do cartão de crédito também quer receber o valor que você deve, mesmo que não seja o valor total. 

É importante lembrar que a administradora realmente ganha muito quando cobra juros. Porém, para isso acontecer, é preciso que você efetue o pagamento. 

Sendo assim, fechar um acordo que você não vai pagar, não é bom para nenhuma das partes. É por isso que, em alguns casos, a administradora acaba aceitando receber um valor bem menor do que a dívida realmente é. 

Portanto, negocie até chegar em um ponto que você considere satisfatório e que conseguirá cumprir. Insista até que lhe seja oferecido um bom desconto. 

 

Aprenda a renegociar as dívidas feitas com cartão de crédito

Só considere fechar o acordo se as parcelas forem fixas 

Há casos em que o cliente e o banco concordam com um valor e um número de parcelas, mas na hora de assinar o contrato, diz que serão acrescidos juros, como acontece no crédito rotativo. 

Essa é uma situação da qual você deve fugir. Antes de assinar o contrato, garanta que as parcelas serão fixas durante todo o período de pagamento. 

Busque por orientação para renegociar as dívidas

Se depois de tudo isso você não conseguir chegar a um acordo que esteja dentro das suas condições, busque orientação em algum órgão que ofereça esse tipo de assessoria de forma gratuita. Você pode procurar, por exemplo, a Associação Nacional de Crédito (Andec), o Procon ou a Defensoria Pública. 

Para medidas mais drásticas, você pode procurar ajuda de advogados ou contadores. Esse tipo de orientação também pode ser útil no caso de recorrer à justiça. 

Se não conseguir renegociar as dívidas, procure a justiça 

Fazer um acordo extrajudicial é uma boa opção para ambas as partes, pois evita processos e audiências demoradas. Por isso, é importante fazer o máximo de esforço para conseguir o acordo direto.  

Entretanto, quando todos os recursos ficam esgotados, procurar a justiça se torna uma boa opção. A Andec, o Procon, a Defensoria Pública ou um advogado poderão lhe ajudar com uma orientação para resolver isso judicialmente. 

Por fim, convém lembrar que, apesar de ser apresentado como “crédito”, o cartão deve ser visto como uma forma de pagamento, não como uma maneira de financiar suas compras. Por isso, após resolver o problema, tome mais cuidado para não perder o controle novamente.